22 de dez. de 2012

Nada faz sentido se não glorificarmos a Deus.

"Pois quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto." (Eclesiastes 1:18).

Nos tempos da faculdade, ouvia meu professor de Filosofia dizer: "Quanto mais se obtém sabedoria, mais tristes ficamos. Dói, machuca, é pesado saber de muitas coisas." Quando ouvi tal frase, concordei de imediato. Há pouco que soube que está na Bíblia. Algo escrito há milhares de anos pelo rei Salomão, continua tendo fundamento, fazendo todo o sentido. Quanto mais sabemos, mais sentimos, mais sofremos.

Fico imaginando Salomão, um homem sábio e dedicado a explorar tudo o que é feito debaixo do céu (Ec 1:13), realmente deve ter sentido desgosto, como diz o verso 18. 
Esta semana mesmo, saí à tarde, e desci em uma estação de metrô perto de casa. Vi aquele aglomerado de gente, alguns com olhares agitados, sempre com muita pressa; outros nem sequer me viram, estavam muito ocupados correndo contra o tempo, fazendo o curso automático de cada dia. Outros, impacientes, corriam pela escada rolante e iam às compras, lutando contra as horas que passam. Por um momento, pude experimentar o desgosto do rei Salomão de constatar que nada debaixo do sol faz realmente sentido. Será que precisamos de toda essa pressa? Para onde estamos correndo, exatamente? Desvirtuamos o que é real e relevante. Nossa prioridade é fazer de tudo e fazer depressa. Estamos verdadeiramente alheios à tudo: "Violência faz parte." "Fome sempre existiu." "Pecado não se pode evitar."  Cumprimos o imponente ciclo da sociedade: "Deixe sua família pra lá e vá fazer dinheiro", "Não se atrase para a reunião de hoje", "Faça plásticas", "Compre um carro novo a cada ano", "Experimente o mundo e se dê todos os prazeres possíveis!"
Fico pensando em quando as coisas ficaram desse jeito. Uma realidade onde preciso me privar de ouvir as manchetes da TV, para não ter de sofrer pela minha impotência diante dos fatos, uma realidade onde o pobre é despercebido ali no chão empoeirado, uma realidade triste, onde uma multidão faz terapia depois do expediente para resolver seus problemas extra-conjugais, seu stress pós trabalho, sua falta de tempo aos filhos!  Desde quando que ler as Escrituras tornou-se algo "diferente", pouco comum; que ir à igreja mais de uma vez na semana tornou-se motivo de espanto? Infelizmente evoluímos muito em tecnologia, mas muito pouco como seres humanos, menos ainda como cristãos.  A Lei não é mais lida diante do povo como no Antigo Testamento, hoje temos Bíblias de cores e traduções à escolha, mas preferimos não lê-las! Preferimos o shopping à igreja; o mundo à Cristo. Quão solitários e vazios nos tornamos!
Fico impressionada cada vez que me deparo com escritos bíblicos, que são completamente cabíveis a nossa realidade de hoje! Livros escritos há tantos anos, e quando todos juntos, mostram que o homem sempre foi o mesmo, só que com uma diferença agora: estamos cada vez mais amantes do mundo; cada vez mais anestesiados ao Poder e à relevância da cruz. 

Eis algumas verdades que destaquei:

"Pois um homem pode realizar o seu trabalho com sabedoria, conhecimento e habilidade, mas terá que deixar tudo o que possui como herança para alguém que não se esforçou por aquilo." (Ec 2:21).

"Descobri que todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento." (Ec 4:4).

"Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido." (Ec 5:10).

"Há também outro mal terrível: Como o homem vem, assim ele vai, e o que obtém de todo o seu esforço em busca do vento? Passa toda a sua vida nas trevas, com grande frustração, doença e amargura." (Ec 5:16-17).

"Havia um homem totalmente solitário; não tinha filho nem irmão. Trabalhava sem parar! Contudo, os seus olhos não se satisfaziam com a sua riqueza. Ele sequer perguntava: Para quem estou trabalhando tanto, e por que razão deixo de me divertir? Isso também é absurdo; é um trabalho por demais ingrato." (Ec 4:8).

Resumindo, creio que ao escrever Eclesiastes, Salomão quis mostrar que o real sentido da vida não está nas coisas terrenas, porque não fomos criados por Deus com a prioridade de cumpri-las e servi-las. Deus nos criou para sermos espelhos Seus. Para refletirmos Sua glória nas pequenas e grandes coisas que fazemos. Salomão nos mostra que nada no mundo faz sentido se não cumprirmos o propósito de existirmos. A Bíblia diz: "Sim, lembre-se dEle, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu." (Ec 12:6-7).

Por último, Salomão deixa as últimas palavras provenientes de Deus neste belo livro, com uma conclusão  mais do que plausível:

"Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isto é essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive o que está escondido, seja bom, seja mau." (Ec 12:13-14).

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